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quinta-feira, 26 de abril de 2012 0 comentários

As sete máscaras



  As sete máscaras eram a face de um jovem estudante que tinha problemas com sua auto-estima. Seu passado, marcado por uma tragédia, fez com que o ódio tomasse o seu ser.
  Depois de uma suposta recuperação, o jovem decidiu continuar sua vida como um adolescente normal. Em meio a diferentes tipos de pessoas, seu interior não se conformava com tal normalidade comparada ao seu sofrimento. Isso o tornou frio. Mas para atingir seus futuros objetivos, ele decidiu criar seis máscaras para si, e usa-las para se misturar a sociedade.
  As máscaras eram usadas uma para cada dia semana aleatoriamente. Não havia grandes diferenças uma das outras, apenas cada uma delas destacavam uma característica e a tornava forte. O uso das máscaras tornou-se propício e oportuno em sua vida e fez com ganhasse uma "grande personalidade" aos olhos das pessoas ao seu redor.
  A primeira máscara, mostrava-o culto, aparentando ter  uma inteligência admirável. Ele realmente era inteligente, mas não o bastante para impressionar seus colegas. Então, com a sua pouca inteligência, ele usava meios estratégicos, astutos e sujos para manter a característica. Ele passava por cima de muitos, enganando ou até surrupiando para mostrar-se exímio. Ele a considerava útil as segundas e as sextas-feiras. Segunda-feira, por ser o dia em que trabalho começa e em meio a uma variação de pessoas dispostas e indispostas, onde ele poderia se destacar mantendo um equilíbrio entre elas. Contudo, ele usava as sextas-feiras, por encontrar pessoas exaustas, e muitas com o raciocínio lento, sendo astuto, isso fazia com que ele tirasse vantagens com poucos esforços.
  A segunda máscara, ao ser colocada o deixava aparentemente uma pessoa amável e carinhosa. Mostrava ter compaixão e dedicação aos seus próximos. Usando a máscara que o tornava amável, ele conheceu uma garota que mais tarde, apaixonou-se por ele e construíram uma relação. Porém suas verdadeiras intensões, eram tirar proveito da posição social da garota adquirindo vantagens para si. Ele considerava a máscara muito útil as segundas, terças, quartas, quintas-feiras e aos sábados, que eram os dias onde podia estar com a jovem.
  Corajoso e determinado, era como ele era visto quando colocava a terceira máscara. O jovem das seis máscaras, foi muitas vezes conhecido por demonstrar essas características em algumas situações. Mas nada era real. Ele se aproveitava dos fatos misteriosos, onde muitas vezes, criou cenas mostrando-se corajoso e determinado, para atingir algum objetivo. Com a verdade oculta, ele era visto como um pequeno herói, e todos tinham orgulho de sua suposta auto-confiança. Ele a usava muitas vezes as sextas e aos sábados, ele via que eram os dias da semana próprios para uma cena, pois era quando ele se divertia.
   A quarta máscara era de uma personalidade muito alegre, do qual contagiava a quem estivesse ao seu redor. Ele se submetia a passar um bom tempo em conversas paralelas para fazer um bom uso da máscara. Ele contava anedotas, inventava fatos humorísticos de seu passado, para alegrar as pessoas que ele na verdade odiava, mas queria obter alguma vantagem destas. Ele usava a máscara as terças e quintas-feiras, onde ele e seus colegas do colégio, encontravam-se em situações tediosa por conta de um horário rotineiro. Ele exalava alegria e todos o admirava por isso, pois era cativante.
  A quinta máscara o tornava responsável e maduro. Ele, muitas vezes contra sua verdadeira vontade, fazia escolhas diferentes aos seus "entes", mostrava-se ser mais responsável e maduro, conseguindo sempre, obter vantagens para si. Ele sempre estava de acordo com os compromissos propostos, era pontual e mostrava-se não se importar com outras atividades alheias. A máscara era propícia de segunda-feira à sábado, pois a sua vida cotidiana o cobrava. Foi uma das máscaras que o fez obter mais vantagens, conseguiu confiança de pessoas o suficiente, para tirar proveito delas futuramente.
  Uma bela aparência o fazia ser invejado por muitos, porém suas outras máscaras, contia todo mal que poderia lhe ameaçar. A sexta máscara, lhe fazia uma pessoa  bonita. Suas vestes, seu penteado, sua face, não condiziam com seus verdadeiros gostos e sua personalidade. Não que ele venha a ter uma má aparência, mas a máscara, realçava seus traços e o tornava encantador. Ele usava a máscara nos dias em que ele sentia que precisaria mais, ao fim da semana.
  Já a sétima máscara, era usada aos domingos. O dia em que descansava em seus aposentos, onde ele planejava como usar as suas seis máscaras para adquirir um futuro promissor. Contudo, ele não sabia da existência da sétima máscara. Era a máscara que ele vestia e se tornava confiante de que com as outras seis máscaras, ele se tornaria feliz. A máscara que ele vestia esquecendo seus escrúpulos e, em sua cabeça, tornava as outras seis reais. Em devaneios, ele se lembrava que o ódio era mais forte em si, e o fazia despercebido que não poderia ser o que as máscaras o tornava.
  Após muito tempo enganando as pessoas e a si mesmo, ele sentiu muito ódio. Ódio porque, por mais que ele fingisse ser alguém perfeito, ele ainda sentia um vazio dentro de si. Mesmo tendo tudo o que conseguiu com as máscaras, ele não conseguiu o que mais almejava: a felicidade. A falsidade trouxe para si, um bem-estar falso, por agir da mesma forma. Então, tomado pelo vazio, ele se matou, pois não se sentia satisfeito com tudo aquilo que adquiriu.