– Violeta. Violeta. – eu sussurrava o nome dela constantemente para mim enquanto fingia prestar atenção na aula de matemática. O professor Claudius estava revisando o conteúdo para a aprova bimestral.
– O que foi que você disse? – Perguntou Christian, pela terceira vez. Ignorei. Como de costume, ele era minha dupla para estudar as partes da matéria em que tínhamos mais dificuldade. Rapidamente ele redirecionou sua atenção para o desenho do logotipo da banda Nirvana que fazia na carteira.
O sinal tocou, para meu alívio. Guardei meu material na mochila; Christian se apressou em guardar o seu e saiu da sala dizendo um "até mais!". Se não me engano, ele estava indo para o treino de basquete ou para reunião semanal do clube do Celibato. Passei a alça transversal da mochila pelo meu corpo e saí, apressadamente, da sala de aula.
Eu caminhava pelo longo corredor calma e tranquilamente. Mas meu coração acelerou quando vi Cristine e a garota de olhos escuros, Violeta, vindo na direção oposta. Cristine era uma amiga do mesmo ano que eu. Sua estatura era alta e tinha volumosos cabelos de tom escuro. Seu jeito alegre era contagiante, adorava conversar com ela. Nós três paramos no meio do corredor, frente a frente.
– Romeu, oi! – Cristine, sorrindo, me cumprimentou com um beijo rosto, retribuí da mesma forma. Notei Violeta sorrir ao observar o movimento.
– Oi, Cristine! – Sorri. Tentei não olhar para Violeta, que continuava a sorrir. – Como você está?
– Estou muito bem. – Respondeu Cristine, pousando sua mão direita no ombro de Violeta. – Ah, essa aqui é minha amiga, Violeta, ela é do primeiro ano. Violeta, este é o Romeu.
– Ah, prazer – ela disse estendendo a mão para mim.
Mas que voz linda e doce, pensei. Vê-la falando me fez perceber que ela é mais meiga do que parece quando a observo de longe. Os músculos do meu rosto se contraíram e meu estômago congelou enquanto segurava sua mão. "Prazer", eu disse, com muita dificuldade, então nossas mãos se desvencilham.
Cristine começou a me contar algo sobre uma campanha de proteção aos animais, mas involuntariamente eu me distraí com a beleza de Violeta. Sim, ela era mais bonita de perto. Ela intercalava seu olhar: ora para mim, ora para Cristine, ora para movimentação alheia do corredor.
– Cristine, eu tenho que ir para o ensaio. Até mais tarde! – Ela interrompeu o discurso de Cristine sobre a campanha. Saiu apressadamente e sumiu no final do corredor, sem deixar Cristine se despedir.
– Ensaio? – Perguntei, tentando parecer pouco interessado.
– Sim, ela dança Hip Hop. – Cristine respondeu.
Então ela dança Hip Hop? Interessante.
Cristine me lança um olhar penetrante e abre um sorriso malicioso.
– Você está a fim dela?
Então ela dança Hip Hop? Interessante.
Cristine me lança um olhar penetrante e abre um sorriso malicioso.
– Você está a fim dela?
– Claro que não! – Menti. Como ela percebeu? Podia ter sido o modo que eu olhava para Violeta, ou talvez eu estivesse babando. – Por que acha isso?
– Pelo modo que você olhou para ela desde que nos encontramos – ela tirou minha dúvida. – Você já teve alguma contato com ela?
– Visual – respondi, simplesmente.
– Você está gostando dela? – Cristine fez a pergunta que eu já esperava.
– Não – respondi. Cristine fez menção de protestar. – Estou apaixonado por ela.
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