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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Noite fria



    A noite estava escura e fria, os ventos sopravam nas janelas das casas que abafavam a saída de luz com cortinas e persianas. As ruas estavam desertas e jazia neve nas calçadas, que eventualmente, revelavam algumas pegadas com breve destino final. 
    Dentro de uma das casas, Ele e Ela beiravam, sentados, uma lareira onde a lenha ardia em chamas. Debaixo do edredom, Ele envolvia Ela com seus braços, enquanto ouviam músicas naquela velha vitrola. Imponentes, apreciavam o momento como se fosse a última coisa que fariam na vida. 
    Ela estava com a cabeça recostada no tórax dele, ambos olhavam o dançar das chamas na lareira. Estava realmente quente, pois o calor de seus corpos era adensado pelo calor do fogo. Eles se sentiam um. 
    – Você me ama? – Ela perguntou olhando para os olhos d’Ele, enquanto o mesmo alisava seus cabelos. Ele continuou a olhar para as chamas. 
    – Se eu te amo? – Ele indagou energicamente, e então seus  olhos  encontraram  os  dela. – Dizem que amar é viver, então... vivo porque te amo. – Ele completou com um tom poético em sua voz,  sorrindo. 
    Ela sorriu e seus olhos se encheram de lágrimas. Seus rostos foram se aproximando e, involuntariamente, se beijaram. Ele a abraçou mais forte, querendo nunca mais soltá-la.

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