A noite estava escura e fria, os ventos sopravam nas janelas das casas que abafavam a saída de luz com cortinas e persianas. As ruas estavam desertas e jazia neve nas calçadas, que eventualmente, revelavam algumas pegadas com breve destino final.
Dentro de uma das casas, Ele e Ela beiravam, sentados, uma lareira onde a lenha ardia em chamas. Debaixo do edredom, Ele envolvia Ela com seus braços, enquanto ouviam músicas naquela velha vitrola. Imponentes, apreciavam o momento como se fosse a última coisa que fariam na vida.
Ela estava com a cabeça recostada no tórax dele, ambos olhavam o dançar das chamas na lareira. Estava realmente quente, pois o calor de seus corpos era adensado pelo calor do fogo. Eles se sentiam um.
– Você me ama? – Ela perguntou olhando para os olhos d’Ele, enquanto o mesmo alisava seus cabelos. Ele continuou a olhar para as chamas.
– Se eu te amo? – Ele indagou energicamente, e então seus olhos encontraram os dela. – Dizem que amar é viver, então... vivo porque te amo. – Ele completou com um tom poético em sua voz, sorrindo.
Ela sorriu e seus olhos se encheram de lágrimas. Seus rostos foram se aproximando e, involuntariamente, se beijaram. Ele a abraçou mais forte, querendo nunca mais soltá-la.
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